11/01/2011

Stress - A arte de trabalhar sem ele

Nos últimos anos, felizmente, as exigências e expectativas profissionais já não se centram no salário e nas condições de trabalho. Começamos a perceber a necessidade e a maior importância da qualidade e da satisfação que a profissão nos proporciona. Comportamo-nos como profissionais que buscam aprimoramento constante, não como funcionários apenas à espera do salário no final do mês. O mercado também não aceita mais funcionários: ele solicita profissionais.

Trabalhar nos dá uma sensação de propriedade e de sentido na vida. Em uma sociedade baseada nas atividades produtivas, o trabalho que realizamos define o nosso espaço social, fortalece a nossa identidade e nos confere responsabilidades vitais para nós. Por conta de tudo isso, o trabalho bem dosado é muito importante na vida. Em circunstâncias ideais, amplia a vida. Quando é grande a realização profissional, quando de fato gostamos do trabalho e o fazemos bem, os desafios e as oportunidades que encontramos (ou buscamos) nos incentivam a crescer e a nos desenvolver como seres humanos.

O reconhecimento do nosso talento é, portanto, o centro da satisfação profissional. O resto muda conforme a pessoa: para alguns a liberdade de
determinar os objetivos conta mais; para outros, o que vale é a segurança, e assim por adiante. Os avanços tecnológicos, que, há cem anos, prometiam facilitar o cotidiano e beneficiar a vida das pessoas escondiam um risco que hoje cobra o seu preço. Comandados pelo tempo do relógio frenético, circulamos pela vida sem nos dar conta de que a grande carga de responsabilidades sociais e domésticas nos tem levado a autocobranças e tensões que configuram o stress (que nada mais é do que uma forma de defesa e adaptação do corpo e da mente a todas essas imposições!)

Mas será que o corpo e a mente agüentam tamanha pressão, tanta cobrança e tensão tão forte? Os efeitos disso tudo na vida variam de pessoa para pessoa. Porém, acabam geralmente desencadeando doenças ou agravando as já existentes.

Toda e qualquer atividade profissional é desgastante: algumas exigem mais do intelecto, outras, do corpo, mas todas dependem, em maior ou menor grau, da emoção. Assim, aumenta-se a probabilidade de stress e prejudica-se a qualidade de vida, se o ambiente de trabalho não é agradável, infestado de ruídos, luz e calor, se o que impera são as pressões do gerente, as dificuldades com os colegas e a falta de integração da equipe, se domina o baixo desempenho da função (ou superqualificação de um ofício menor e subvalorização de funções superiores), as remunerações baixas ou insuficientes para pagar as contas do mês, e, principalmente, o medo de perder o cargo ou o emprego.

O que é pior: a falta de hábito de delegar tarefas ou a obsessão pelo trabalho?
A todo momento a gente topa com aquele tipo de pessoa centralizadora, que acredita personificar o poder. É “o sabe tudo”, que não permite que nada aconteça se não passar por ele. Tem de ter o domínio de tudo, abraçar e estar sempre no comando de todas as coisas. Mas será que, por debaixo dessa casca de eficiência, não se esconde uma grande insegurança que o impede de crescer e ajudar os outros a crescer também? Isso, sem falar no stress vivido por uma pessoa assim, na medida em que ela acredita que, se não tomar conta de tudo, não terá valor? E mais: será que uma empresa consegue se desenvolver com líderes centralizadores?

Em outros casos, não há a existência física de um chefe. O gerente, no caso, é você mesmo(a). Só que a obsessão pelo trabalho faz de você o mais cruel de todos os chefes, um verdadeiro carrasco com você mesmo(a), que não respeita os seus limites, potenciais e desejos. A única coisa que satisfaz é produzir e isso vira um vício. E você acaba perdendo a noção de quão produtiva pode ser, também, uma conversa mais descontraída com pessoas interessantes e agradáveis, um contato mais íntimo com crianças, uma atividade física ou uma viagem a passeio (tem gente que só viaja se tiver trabalho no meio!)

É comum você ter um chefe menos carrasco do que você mesmo(a) é consigo, que solicita bem menos do que você se exige. Você se cobra tanto, ou tem tamanho medo de perder o cargo (pois não se dá o devido valor), é tão perfeccionista ou possui tantas auto-exigências, que acaba por trabalhar demais. Mas você já refletiu sobre se essas são realmente as causas de tamanha “dedicação”? Você trabalha tanto porque tem de fazê-lo, ou o trabalho não pode estar servindo como uma espécie de “fuga”? Será que, canalizando todas as energias para o trabalho, você não está é fugindo de outros prazeres?

Dá para entender que você não é só um profissional? E as suas outras habilidades: como ficam? E o prazer de ser homem/mulher, pai/mãe, filho(a), amigo(a)? Isso tudo é de fato menos importante, não faz falta na sua vida, ou você é que não deixa acontecer, por não se permitir ser inteiro(a), e sentir prazer integralmente? Será possível alguém ter felicidade e qualidade de vida, se concentra todo o prazer em uma só área da vida? Num primeiro momento, você pode até se enganar, se sentindo satisfeito, mas com o tempo o prazer vira um desprazer, uma obrigação, um peso na vida. E então, o que você está fazendo com a sua vida? Por acaso o trabalho tem virado um vício pra você?

Parece estranho associar trabalho com vício, porém, é o que a nossa realidade nos tem trazido nos dias de hoje. A pessoa é levada por pressões diárias a adotar um estilo de vida de workaholic (maníaco por trabalho) e acaba se viciando com o efeito “estimulante” (e nem sempre saudável) da adrenalina obtida com esse esforço. No entanto, como todo e qualquer vício, o trabalho em demasia prejudica a saúde e pode até matar. Profissionais (como psicólogos e analistas) que lidam o tempo todo com os problemas dos outros, ou trabalham diretamente com o público (tipo os bancários), correm risco de vida diário (policiais), têm a função de salvar vidas (médicos) e, até mesmo, trabalham contra o relógio (como nas redações de jornais e emissoras de TV) apresentam mais facilidade de serem “assaltados” pelo stress.



Felizmente, a concepção do que é o trabalho tem melhorado nos últimos tempos. Como medida de combate ao stress, que cresceu muito nos locais de trabalho, muitos empregadores passaram a repensar as políticas de suas companhias e a melhorar a comunicação e as relações entre gerentes e gerenciados. A realidade que vivemos, de menor número de empregos, extrema necessidade de reciclagem profissional e frustrações resultantes do desemprego também são muito estressantes. Casos como esses exigem autodisciplina para garantir um equilíbrio emocional e evitar a perda de perspectiva. Pode-se afirmar que, apesar de alguns avanços, a estrutura empresarial em relação ao ser humano que move a empresa precisa ainda ser aprimorada. No entanto, uma maior preocupação com o tempo livre e com a melhoria da qualidade de vida tem levando muita gente a reavaliar as expectativas quanto à profissão e ao modo de trabalhar. Jornadas menos longas e estafantes, a automação e o computador, o período flexível e a divisão de tarefas oferecem uma variedade nos estilos de trabalho. E apontam para uma nova e bem-vinda harmonização do conceito global de trabalho.

Mudanças como essas são essenciais e exigem o nosso empenho, se quisermos diminuir o stress e aproveitar uma vida mais feliz e harmoniosa. Trabalhar demais empobrece a saúde; ao contrário, trabalhar equilibradamente, com boas condições, fortalece o nosso sentimento de identidade e nos estimula a crescer como seres humanos.

         Lembre-se: você está na empresa para trabalhar, não para guerrear.

                Se organize mais, planeje com cuidado e dedicação e aja com propósito bem definido. Não perca tempo, não enrole no trabalho. Produza dentro do tempo determinado por você e faça sobrar você quando sair do trabalho para se cuidar, estar com a família, com os amigos, descontrair e relaxar.....produz mais e produz melhor quem organiza seu tempo. Experimente, isso pode mudar sua vida e sua saúde! Boa sorte!


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