7/19/2011

Stress - o medo que temos de olhar para ele

O medo de olhar para o stress sugere o medo de olhar para a vida, o medo de mudanças.

Essa relação me faz lembrar a história de um rei que, exercitando a “benevolência”, resolve dar uma chance aos condenados de optar entre a guilhotina e uma porta de cor preta.
Exceto sua majestade, ninguém sabia o que havia por detrás da porta, guardada o tempo todo por um graduado soldado da corte. Ela representava o desconhecido, a novidade. Desse modo, ao serem obrigados a fazer a tal escolha, todos os condenados, sem exceção, acabavam decidindo-se pela guilhotina e perdiam a cabeça e a vida sem mesmo saber o que tinha atrás da porta preta.
Um dia, não agüentando mais sufocar a curiosidade, o guarda pergunta ao soberano que “inferno” havia detrás da tão temida porta, que ninguém ousava experimentar. O rei então responde: “Abra e veja”.

Ao fazer isso, o soldado nota, espantado, que aquela é a porta de saída da prisão.

Quem optasse por ela, teria a liberdade, a vida. No entanto, por medo de experimentar o novo, as pessoas preferiam a guilhotina, mesmo sabendo que, de qualquer jeito, morreriam.

Agora eu pergunto:
e você... o que vem fazendo com a sua vida?
Dando um passo por dia na direção da guilhotina, ao não enfrentar o medo de encarar o stress?
Ao fugir da decisão de mudar de vida e experimentar o novo?
Será que, agindo desse modo, a gente não “está morrendo aos poucos”?
Será que a liberdade e a vida não estão justamente no novo?
Se a sua vida está chata e estressante, e você não fizer nada de diferente, a única possibilidade é ela continuar chata e estressante, não é mesmo?

Muitas pessoas têm medo de admitir que estão estressadas, pois, no fundo, sabem que não há cura para o stress se não houver mudança. Não existe uma pílula para a cura instantânea; é preciso ter consciência de si, da própria vida e, a partir daí, fazer as transformações necessárias para eliminar ou controlar o stress. É preciso renovar a vida a cada dia, pois o mundo externo está mudando a todo momento e o mundo interno deve acompanhar essa transformação para que ocorra evolução.
Quando se avalia o desenvolvimento de uma cidade, de um país ou do mundo, jamais se fala em termos de sentimentos. De como as pessoas se sentem com esse crescimento. Calcula-se o quanto nos tornamos mais produtivos e as facilidades e os confortos resultantes do novo estilo de vida.
Todavia não nos questionamos sobre a qualidade de nossas vidas.

Estamos, realmente, aproveitando esses benefícios em prol do lazer, do prazer, da felicidade? 
Dá para afirmar que nos sentimos bem?
Conquistamos obviamente mais tempo de vida, ganhamos em eficiência, em facilidade de acesso a inúmeras coisas, mas não temos certeza de uma qualidade de vida melhor com relação às gerações anteriores. Apesar de ter à disposição uma enormidade de recursos tecnológicos, o stress vem aumentando a cada dia e, o que é pior, tornando-se contínuo, sem que as pessoas se dêem conta.
Não valeria a pena nos dar um momento para olhar para nós mesmos e nos questionar sobre o que estamos fazendo com a nossa vida?
E com a vida das pessoas que nos são íntimas?

4 comentários:

  1. Encarar o stress e as adversidades da vida significa sair da zona de conforto... Mas que conforto é esse que nos sufoca? Tememos o que? Recentemente fiz um curso e a palavra que mais me marcou foi: "POSICIONE-SE". Estamos realmente posicionados para ir em frente e sairmos dessa zona de conforto. Que conforto pensamos que temos? Talvez um conforto chamado guilhotina.

    Muito bom o texto Elaine!!!!

    Um beijao

    Fred

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  2. O estresse é realmente o mal do nosso século! Aprender a enfrentá-lo e evitá-lo é nosso grande desafio!

    Marcos

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  3. Elaine, vou tentar enfrentar o meu mais feroz inimigo...o stress, a depressão. Depois que li sua entrevista e te conhecendo um pouco aprendi a te admirar mais ainda. Muito obrigada por existir.
    Bel

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